Taí uma coisa que todos sabemos do que se trata desde cedo.
A definição muda com o tempo.
Qdo crianças são aqueles com quem brincamos e pronto.
Na adolescência a coisa já começa a mudar. Amigos já não são aqueles que estão constantemente à nossa volta, mas os que estão mais próximos de nosso coração, aqueles aos quais recorremos nos momentos de dúvida e ansiedade (e são muitos!)
Na vida adulta, eles se tornam mais raros.
Temos muito colegas, mas para alguém alcançar o status de amigo, precisa ser aprovado em alguns "testes" ao longo do tempo.
Me considero uma pessoa privilegiada, pq além dos amigos que fiz adulta, trago comigo vários daqueles que já o eram no final da infância. E isto é fantástico, pois compartilhamos nossa história, sabemos muito uns dos outros, nos conhecemos de verdade. Além disso, há a alegria de ver o convívio dos filhos . É como assistir a um replay de nossas vidas.
Ou seja, são grandes e importantes mudanças.
Aí, qdo tudo parece estável, o mundo muda, e com ele as formas de relacionamento. Surgem as relações virtuais.
E repentinamente vc se pega chamando de amigos, pessoas do outro lado do mundo, que não falam sua língua, que vc nunca viu, mas que acorda pela manhã querendo notícias, tendo algo prá contar, ou estranha a ausência ali, nas poucas polegadas do instrumento que os une.
É fantástico e assustador ao mesmo tempo.
O que assusta são as notícias de golpes e abusos surgidos desses relacionamentos. Mas, tenho prá mim que as vítimas desses fatos, seriam vitimadas também na vida presencial. Sim, pq por mais que alguém tenha o dom de escrever, se observarmos atentamente e por algum tempo suas palavras, conseguimos ter ideia do que são realmente.
Esses relacionamentos com o tempo crescem em importância em nossas vidas, e lá no início das redes sociais, falava-se muito da legitimidade dessas amizades virtuais.
Porém, tenho visto acontecer com muita gente, o mesmo q houve comigo: a aproximação física com amigos virtuais. E aí, a coisa se transforma em algo mais maluco ainda! Me surpreende perceber que o contato previamente virtual, nos faz pular etapas na aproximação real. Olhamos para aquelas pessoas querendo não descobrir, mas confirmar o que "sabemos" sobre elas. Claro que algumas vezes, como na vida real, nos decepcionamos. Mas há as confirmações e as surpresas ao perceber que alguns, que virtualmente não nos atraiam tanto, pessoalmente demonstram que podem ser amigos muito preciosos.
E falo de cadeira! Já venho me aproximando de amigos virtuais há mais ou menos 1 ano e meio. A última experiência foi no último final de semana no Rio Grande do Sul durante o #TwitterMix.
Descobri por exemplo, que não sou atraída por perfis coorporativos, mas que posso me "apaixonar" pelos que estão por trás deles! Que pessoas que no virtual nos parecem sérios demais pelos assuntos que abordam ou pela maneira que falam, podem se transformar em ótimos companheiros de conversas despreocupadas, brincadeiras...
E tudo isso ainda tende a mudar mais ainda. O que será que vem depois?
Só sei, que teremos que repensar os conceitos sobre amizade, sobre a vida de maneira geral.