sino

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Salvemos 2015

2014 foi um ano difícil no mundo inteiro.

Sem considerarmos as dificuldades políticas e econômicas vividas por muitas nações, ainda temos algo mais grave e antigo circulando por aí: a intolerância.

São guerras santas de grandes ou pequenas proporções que jamais teriam o aval de seus líderes.

Ou alguém imagina os seres cultuados pelas diversas religiões pregando por aí algo como "matai-vos uns aos outros"?

Mas é exatamente o que c o n t i n u a m o s a fazer.

Dá um tédio.... um desânimo incrível pensar que no século XXI ainda agimos como bárbaros.



Quantos perderam suas vidas e sua alegria neste ano em nome da intolerância e do desrespeito às diferenças?

E também, quantas "guerras" foram travadas nas redes sociais em nome das convicções políticas de cada um aqui no Brasil?

São ações de magnitudes diferentes mas que nos mostram que não estamos sabendo usar nossos melhores atributos, ou os dedicamos apenas ao que nos interessa particularmente, o que não é uma boa receita para quem está em um mesmo barco.

Egoísmo, violência, intolerância e desamor jamais vão construir algo.

Precisamos de uma nova revolução.

Algo parecido com o que queriam os hippies dos anos 60.

Algo como aquilo pelo que pedem os que levam suas vidas construindo caminhos diferentes, orando e trabalhando por um mundo melhor.

Bastaria um pequeno esforço individual.

Um olhar generoso, uma palavra gentil, um ato solidário ou até mesmo uma mera atitude de evitar a falta de gentileza ou respeito.

Uma atenção e valorização maior das boas notícias que nos chegam ao invés da entrega à sedução dos noticiários trágicos.

Um estar em alerta às crianças e aos jovens, cuidar de sua educação, não só a formal, mas aquela que fornece a base da construção do eu. De um eu voltado ao bem e que rejeite todo tipo de mal.

È preciso compreender a impermanência da vida, das pessoas, do mundo.

Saber que tudo passa pode aliviar tensões mas deve também nos fazer querer construir fugazes e bons momentos.

Escolher o contrário é sinal de desequilíbrio.

Por mim, desejo a todos um 2015 cheio de amor e carinho, muita saúde e muito equilíbrio, muita sorte e muita esperança, sorrisos sem fim e alegria compartilhada.

Salvemos 2015.

Namastê





domingo, 7 de dezembro de 2014

Olhar o mundo



No #Ciniciência do MIS (atividade mensal que une ciência e cinema no Museu da Imagem e do Som de SP)de hoje, 07/12/14, entre muitas falas sobre o filme O 5º Poder, falou-se sobre a frase  que José Luiz Goldfarb costuma usar em suas despedidas nas redes sociais: 

"Não vemos o mundo como ele é, mas como nós somos"


Se pesquisarmos por aí veremos que a frase traduz o sentido de mutas outras existentes em culturas diversas.

E o significado dela é presença constante no exercício da filosofia, da sociologia, da psicologia e em todas as áreas que buscam compreender o homem e suas relações.

A debatedora convidada, a jornalista Rosana Hermann, nos lembrou também da ideia tão conhecida por todos do significado que damos ao "olhar".

 Frases tradicionais ligam esse sentido a ações de domínio, de medo e até como "arma de guerra"!

Por exemplo:
- "meu pai não diz nada. Basta um olhar para saber que estou sendo repreendido, reprovado" ou

- " fulano de olho de seca pimenteira" 

-ou ainda o famoso e temido "olho gordo" o da destrutiva inveja.
Sempre foi e pelo jeito sempre será assim.



Vemos a vida conforme nossa percepção dos fatos. E neste caso falamos apenas da percepção através do "olhar". Mas somos seres complexos, com outras formas de "ver " o mundo. Vemos com o tato, com o olfato, com a audição. Ainda bem, ou teríamos que excluir desta conversa os deficientes visuais.

O registro de nossas percepções e a maneira como as decodificamos traçam nosso andar pela vida. Determina nossas ações, nossas relações com o outro e nos leva a construir ou destruir, a preservar ou descartar coisas e pessoas.

E não é a toa que tantas vertentes científicas se debruçam sobre o assunto.

Melhorar nossa visão da vida e  nossas atitudes em relação à ela é a única forma possível de darmos continuidade à raça humana.

O filme de hoje, trata também como tema secundário da ambição do criador de um site de notícias que não abre mão de seus métodos e de seu sucesso apesar dos riscos que envolveram pessoas e instituições.

Juntando todas as partes desse emaranhado de informações, chegamos aos conceitos de sempre: orgulho, vaidade, ambição, que invariavelmente desembocam em desrespeito, destruição e guerras de todo tipo ou dimensão.

E pior, chegamos a conclusão de que o homem não mudou muito desde os primórdios da civilização.

Todo o conhecimento adquirido serviu mais para o desenvolvimento de novos métodos belicosos do que de nossa capacidade de relacionamento construtivo.

Mesmo quando nossas criações tiveram fins louváveis, logo surgiam situações de intenções duvidosas relativas a elas.

Até tivemos esperança por muito tempo de que uma tal "Era de Aquário" marcaria um tempo de paz e amor.



Ela chegou e nos frustrou.

 Mas somos teimosos e insistentes e essa é nossa tábua de salvação já que nos leva a continuar tentando e esperando que as coisas melhorem.

Com os novos meios de informação e comunicação o mundo se tornou mais próximo, mais acessível e mais democrático.

Precisamos cuidar para que seja feito um bom uso disso.

O assunto é muito complexo, tem muitos caminhos a seguir e implica na união de esforços de várias profissões e de todas as pessoas.

Como psicóloga acredito muito na força da terapia como instrumento de transformação.



Podemos ajudar e muito não só em terapias individuais e em grupo de pessoas que buscam a solução de seus problemas e crescimento pessoal, mas também no uso de técnicas que ponham fim aos fantasmas do stress, aos medos e inseguranças, ao pânico... E mais ainda em trabalhos de orientação de pais e professores, profissionais diversos.

Como educadores em psicologia também podemos melhorar a forma como profissionais de todas as áreas olham o mundo e para o mundo. Afinal, não há profissão em que não tenhamos vínculos com outras pessoas.



Como dizia meu teórico favorito, Carl Rogers: "Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele"

Por isso pense:

Faça Terapia!!!!!

Namastê