sino

domingo, 29 de abril de 2012

Relações

Oi pessoal! Estou até com saudades de vocês! Quanto tempo!


É que a vida anda corrida, mas penso em falar com vocês sempre.

Hoje resolvi voltar.

Estive com amigas no último feriado e como sempre, um dos assuntos em pauta
 foram nossas paixões, nossos relacionamentos.

Mulheres na nossa idade (entre os 35 e os 45) em geral já viveram de tudo.

Há as que ficaram em seus casamentos e são felizes é claro, mas a maioria hoje em dia ou está lá pelo terceiro relacionamento estável ou está só.

Há reações e reações.

Tá certo que tendemos a nos apaixonar várias vezes e em geral nos decepcionamos.

Mas, até essa decepção precisa ser bem avaliada, afinal, absolutamente ninguém é perfeito e portanto, achar alguem que atenda à todas as nossas expectativas é praticamente impossível.

Nossos eleitos podem não ser nosso ideal físico, intelectual ou até filosófico. Mas nós os queremos, vai saber porque!

Bom, deve ser porque sempre é bom estar em estado de paixão. Aquela coisa que nos faz vibrar de corpo inteiro, que nos deixa de alma leve mas em suspenso, a espera da presença do outro.

Minhas amigas reclamam de que hoje é difícil você ter relacionamentos "sérios". Mas o que diabos é isso?
Sim, nossa geração (e muitas antes) foram moldadas no conceito formal de família, de casal, de estabilidade.

Mas isso tudo foi cíclico na história da humanidade além de ter sido instituído artificialmente.

Não, não estou pregando contra a família e coisa e tal.

Só estou dizendo que há saídas bem interessantes que contemplam a nossa necessidade de afeto e carinho.

Uma de nós, a mais "séria" da turma surpreendeu a todos ao comentar sobre um relacionamento que vem sendo mantido há anos. Descobrimos ali, naquela conversa, que este é o motivo pelo qual dificilmente a vemos resmungando pela falta de um companheiro ou coisa que o valha.

Ela vem de um casamento de 15 anos que terminou há nove. Segundo diz, essa relação alternativa aconteceu meio por acaso. O cara é amigo de longuíssima data e foi interessado nela lá atrás, antes do casamento, mas na época, nada aconteceu alem de uma boa amizade, embora nem tão próxima assim.

Uns dois anos depois da separação, houve um encontro inesperado, desses que acontecem no supermercado, no shopping. E marcaram uma cerveja para o dia seguinte.

Conversaram sobre todo o tempo em que estiveram longe, afastados pelos casamentos e suas obrigações.

Ela, disse à ele, que precisava "resolver" o lado afetivo/sexual, que não pretendia se transformar em uma freira ou algo assim. Mas também disse que não pretendia se envolver comprometidamente com ninguém por um bom tempo. Estava em plena avaliação do que venha a ser compromisso, responsabilidade dividida, exclusividades...

E foi assim que resolveram a situação.

Desde então, passaram a se relacionar de forma voluntária e muito bem acordada.

São amigos. Amigos que gostam de estarem juntos, de se relacionarem sexual e afetivamente mas sem nenhum vestígio de sentimentos de posse. Quando sinais de possessividade, ciúmes aparecem, param imediatamente, registram a ocorrência e relembram o acordo feito. Pronto, simples assim.

Eu achei a ideia sensacional.

Sei que muitos vão dizer que é cômodo, que nisso as mulheres saem perdendo, que os homens se beneficiam por serem menos fiéis, mais instáveis...

Será?

Pensem um pouco. Seria melhor ficarmos num canto reclamando e esperando a relação "propaganda de margarina" chegar enquanto os homens voam por aí livremente?

Só é preciso total convicção, total auto controle, nada de deixar a coisa mudar para o relacionamento tradicional.

Outros vão dizer: ah, mas pode se transformar. Não, não acho. Os dois tem tudo muito bem esclarecido.

Se adoram, de verdade, mas não esperam por uma permanência na vida do outro, por interferências e nem por dirigirem-se mutuamente.

O que vocês acham??