sino

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Clara

Meu nome é Clara.



Tenho 42 anos, sou divorciada, meu único filho vive hoje na Nova Zelândia.

Não me arriscaria a dizer que sou perfeita (mulher nenhuma pensa assim), mas gosto de mim com todos os excessos e faltas que percebo.

Sou arquiteta, portanto, mais atenta ao belo que ao cálculo.

Não tenho pais ou irmãos, mas tenho muitos amigos "reais" e virtuais.

Os reais dizem que sou infantil e que eu deveria mudar.

Dizem que lá pelos 40 deveria ter "caído na real", que não cabem mais reações exageradas diante de qualquer coisa, que deveria ser mais contida.

Dizem que deveria cortar os cabelos, usar cores menos vibrantes, ter uma postura mais séria em reuniões de trabalho.

Dizem também que eu deveria me casar de novo ou achar alguém que me fizesse mais tranquila ao invés de viver com os olhos brilhando de paixão ou com lágrimas pelo fim de um romance.
 eu, tenho certeza de que todos eles estão errados.

Me digam: pra que ou por quê eu deveria me conter diante de uma belíssima paisagem ou de uma bolsa espetacular? um enorme bolo de chocolate?

Por quê eu deveria reprimir minha paixão pelo galã da novela e deixar fluir minha imaginação fazendo planos para nosso "relacionamento"  se isso termina ao final do capítulo?

Um novo marido? É, poderia ser bom mas não a salvação como imaginam. Afinal, não estou em perigo, portanto não preciso ser salva...

Meu amor pelos amigos virtuais incomoda?

Oras! Ou isto é ciúme ou incompreensão.

Afinal, meus amigos virtuais são providenciais! Estão sempre à postos.

Como não amar a possibilidade de ter respostas, um carinho ou apenas uma boa conversa em qualquer uma das 24 horas do dia?

Sou infantil? Ajo como criança?

E o que é ser criança?

É amar e odiar sem subterfúgios.

É sorrir e chorar sem disfarces.

É vivercadamomento em sua plenitude.

É não ter dúvidas, apenas curiosidades.

É buscar respostas.

É não ter preconceitos.

Enfim, é ser Clara.

Muito prazer.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nossa Senhora




"Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração..."
Acho que mesmo o mais infiel dos mortais não poderia negar a beleza da letra e da melodia de Roberto Carlos.
Hoje, 12 de Outubro, dia da Padroeira do Brasil, N.S. de Aparecida, achei por bem falar desta fé que arrebanha tantos por aqui.
Não vou especificar "A" N. Sa., prá mim, ela é uma só, a mãe de Jesus, aquele que há 2011 anos ecoa seus gestos e suas palavras para um mundo surdo ou no mínimo com sérias dificuldades de interpretar o que houve.
Ela é a personificação da mãe, aquela que a partir do dia do conhecimento da existência de um ser dentro de si, nunca mais se desliga dele, busca protegê-lo, guiá-lo pelos caminhos da vida e sofre, por mais racional que seja, com qualquer tropeço que ele dê.
Personifica também as mulheres em geral. As "santas" as devassas, as jovens e as maduras que trazem em sua alma uma infinita capacidade de amar e perdoar. Que bancam a durona, mas balançam diante de gestos de carinho.





Pena que pouquíssimos consigam ver em N.Sa. a representação cristã Dela, a Grande Mãe, a Vida contida em Gaia, a mãe Terra que germina e faz nascer todas as sementes, nutridas pela Água, essa outra mãe que estamos exterminando sem dó nem piedade.
Lamento muito que as pessoas em sua maioria, prefiram representações ditadas por alguns sem se darem conta de que tudo é fruto de um contínuum, de uma vida que não tem começo, meio ou fim, de um tempo que não se conta.
E que se assim fosse, só teríamos a agradecer e não a suplicar.
Teríamos nossas ambições, mas para o nosso bem, sem precisar derrubar alguém. Estenderíamos mais a mão, como Ela, a N.Sa. em qualquer uma de suas representações faria.
Assim, termino com outras lindas palavras:
"... Nossa Senhora de Aparecida, ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida..."