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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Tentando Entender

Tentando Entender











Estamos neste planeta há bilhões de anos.

Hoje, existem milhares de trabalhos científicos que “descrevem” os primórdios das relações humanas. São informações conquistadas pelos trabalhos de arqueólogos, antropólogos, paleontólogos, baseadas em descobertas de fragmentos de peças utilitárias, desenhos rupestres, ossadas e outros detalhes.

Pode ser uma total ignorância de minha parte, ou excesso de ceticismo. Sei que essas ciências tem seus métodos, cada vez mais sofisticados. Mas o que me deixa em dúvida é nossa capacidade de interpretar os achados. Nos baseamos em que exatamente? Talvez alguém da área venha a me explicar nos comentários desta publicação.

Fico imaginando alguém que daqui a 100 mil anos venha a fazer uma pesquisa nos sítios arqueológicos que sobrarem de nosso tempo. O que encontrarão? Provavelmente serão milhões de latas de cerveja e coca-cola, cartazes e luminosos com uma enigmática inscrição: Mc Donald’s!

Como irão interpretar esses vestígios?

Eu, leiga, se encontrasse a quantidade de cervejas, cocas e luminosos que citei, garanto que interpretaria esses itens como sendo algo de uma importância vital para nossa civilização. Seu meio de auto sustentação ou coisa assim.

Até que não estaria totalmente errada, mas a superficialidade, a banalidade seriam inevitáveis.

Brincadeiras à parte sabemos que no início, os homens aproximaram-se, formando pequenas comunidades por uma questão de sobrevivência. Ajudavam-se mutuamente na lida com as ameaças, na busca por alimento, na manutenção da vida comum.

A natureza ditava as normas. Dia e noite eram determinados por uma estrela e um satélite, que como outros elementos naturais (chuva, raios, trovões) eram vistos como algo a ser respeitado e temido. Em algum tempo, passaram a serem idolatrados como deuses.

Isso perdurou por muito tempo, e ainda hoje há comunidades pelo mundo que assim procedem.

A questão é: até então, ao que parece, tudo “funcionava a contento”.

O homem evoluiu, as religiões surgiram e foram estruturadas.

Ao longo dessa evolução, as sociedades foram se organizando em torno de conceitos muito influenciados por elas.

Muitas delas foram base para a criação de leis, e como vocês sabem, ainda hoje no século XXI há Estados regidos por normas religiosas.

As religiões foram a fonte de inúmeros conflitos mundiais.

Não só as instituições é claro, mas as pessoas envolvidas com seus preceitos.

Em nome delas, pessoas foram sacrificadas, terras invadidas, insanidades justificadas.

Em torno de cada comunidade, além da religião, hábitos regionais, manifestações da produção de cada grupo no campo do fazer (trabalho, alimentos, ferramentas) e no do criar (pintura, música, dança) foram sendo solidificados e transmitidos à princípio de boca em boca até o advento da possibilidade do registro gráfico, dos livros, através dos diversos idiomas conhecidos.

Deste modo, criou-se a cultura de cada povo.

E como há diferenças culturais!

Há até manuais de comportamento para orientar pessoas que viajam para localidades de cultura muito diferente da sua.

Eles falam de coisas como: o luto é representado pelo preto no ocidente e pelo branco em parte do oriente. No Brasil você cumprimenta pessoas com beijos e abraços, mas não vá fazer isso no Japão! Não ofereça carne suína para muitos povos e não obrigue outros a comer formigas e escorpiões, mesmo que você os tenha visto comendo preás...

Enfim, a diversidade cultural, nos levou a viver lado a lado com normas, conceitos, percepções e regras absolutamente opostos.

Os conflitos foram surgindo e ao passo que a humanidade se desenvolvia, ao invés de criarmos formas pacíficas de convivência e respeito, mais e mais conflitos foram surgindo. Fossem por choques culturais ou por uma busca desenfreada pelo acúmulo material, esses embates trouxeram ao homem em geral uma angústia que cresceu a cada minuto e culminou nos dias de hoje em um quase total descontentamento, um desequilíbrio emocional que atinge a pessoas de todas as idades, muitas vezes sem que elas mesmas percebam que estão com problemas.




2 comentários:

  1. Estou lendo "A arte de ser leve" de Leila Ferreira, livro bom de ler e de pensar a respeito. E achei uma frase que lembrei lendo teu artigo: "Quanto mais pobre for nossa vida interior, mais sentiremos necessidade de ter coisas".
    Bjoo*

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  2. Muito bom, seu texto, bastante reflexivo, lebre-se que boa parte de nossa ciência moderna e baseada em teorias e não realmente em fatos reais.

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